Pare, olhe, escute e respire.

  O mundo está caótico! Pressa, correria, atrasos... todos estamos exauridos correndo atrás do que chamamos de "ganha pão". Por que está tudo tão rápido? Por que as exigências estão cada vez mais urgentes?

A resposta está em nós mesmos!!!

Exigimos das outras pessoas o mesmo, ou se não mais, do que exigiram de nós. Os subalternos no trabalho acabam por receber uma quantidade enorme de exigências que são as mesmas (ou versões pioradas) que recebemos de nossos chefes.

Imaginem a seguinte situação:

Em uma empresa A, onde se dá um tratamento digno e bons salários aos funcionários e uma boa margem de lucro que garanta vantagem ao patrão devido aos grandes investimentos que ele fez, produz-se 1000 peças de uma máquina por mês.

Uma pessoa da empresa B então observa essa movimentação de dinheiro e, gananciosamente,  além de copiar essa peça com pequenas modificações (para que não caracterize uma contrafação de patente), produz com materiais mais fracos que com certeza não será notado pelo cliente final. Abriu-se então uma concorrência que aparentemente mostra vantagens de preços aos clientes que passam a deixar de lado os produtos da empresa A. O chefe da empresa A então passa a exigir muito mais esforço dos seus subalternos e esses de seu pessoal para que produzam mais peças com menos lucro para poder voltar a vender em um preço que torne a chamar a atenção dos clientes. A empresa B então passa a sonegar impostos, e fazer esquemas com políticos para que façam uma parceria desleal e desbanque os produtos da empresa A. A empresa A passa a procurar mão de obra em países cujo pagamento de salários seja muito inferior aos praticados anteriormente, fecha sua empresa local, deixa inúmeras pessoas desempregadas, passa a usar materiais de categoria inferiore e assim, passa a se manter no mercado.

Quem saiu perdendo? O empresário A? O empresário B? Os funcionários? Os clientes?

Aposto que você está tomando partido de algum deles neste exato momento.

A resposta seria TODOS  perderam com isso.

Mas quem causou isso? O empresário A? O empresário B? Os funcionários? Os clientes?

Somos NÓS.

Eis a resposta que pode incomodar a todos.

Muitos de nós se enquadram como o empresário B, querendo tirar vantagem do meio em que vive passando por cima das harmonias já estabelecidas nas relações interpessoais das pessoas para o próprio benefício. 

Outros nós se enquadram como os funcionários, achando que tudo o que acontece com os demais não tem nada a ver com agente... estou fazendo minha parte contanto que tenha meu retorno no fim da minha atividade. Esquecem que todos somos um, e frente as adversidades, deixamos de lado aqueles que possibilitam nossa convivência harmônica.

Também somos como os clientes que não têm consciência dos processos que levaram aqueles produtos a nossas mãos. A situação dos trabalhadores, matérias primas e coisas afins numa ponta da produção é tão desinteressante para alguns que acham isso tudo normal, desde que tenham seu produto a mão no menor preço possível.

Mas muitos também se enquadram como o empresário A que, ao notar que as coisas estão sendo levadas de forma injusta, ao invés de se manterem firmes em suas convicções e denunciarem o que está errado preferem "ser levado" pela mesma onda de injustiça. Algo como, "se alguém está levando vantagem de maneira desleal, vou repassar o prejuízo para frente" que, neste exemplo, foram os funcionários e até mesmo os clientes que acabaram sofrendo diretamente.

Todos esses exemplos podem ser extrapolados para os assuntos políticos, comerciais, familiares, amizades e conjugais.

Não podemos julgar os culpados sem antes olharmos para nós mesmos. Só nos corrigindo poderemos então, aos poucos, dar nossos exemplos aos próximos e seguir com paz e harmonia com o mundo inteiro.

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