Dificuldades para emagrecer

Já notaram quantas dietas milagrosas existem?
Basta uma rápida pesquisa na internet para ver as mais diferentes formas de regimes. “perca 7 kg em uma semana” uma promete, “...perdendo 5 kg comendo o que gosta” diz a outra. Esses são exemplos encontrados até em revistas famosas em seções de beleza. A promessa é atraente, mas a que preço?
Muitos não desconfiam, mas as pessoas que passam por esse tipo de dieta, ou não conseguem mantê-la, ou recuperam o peso perdido no final da dieta.
Mas porque isso acontece? Por que é tão difícil perder peso?
Respondo.
Não é só perder peso que é difícil, mas sim passar por qualquer mudança metabólica. Os magrinhos também reclamam que não conseguem ganhar peso.
Isso se dá devido a um estado de “equilíbrio homeostático” resumido da seguinte forma. (para saber mais procure por homeostasia na wikipédia).
Quando uma pessoa está passando por um período de deficiência nutricional, o corpo entende que está passando por inanição e ativa sistemas de compensação, ou seja, assim que esta pessoa comer alguma coisa, a avidez do seu corpo será capaz de aproveitar uma porcentagem maior do alimento em relação ao habitual.
Um mecanismo semelhante acontece com as necessidades alimentares, explicando porque é difícil mudar de hábito alimentar (ex. Uma pessoa que segue uma alimentação rica em condimentos mudando por uma comida sem condimento).
Cheguei aqui justamente para apresentar este conceito, conhecidos pelos médicos acupunturistas, mas não muito conhecido pela medicina ocidental.
Alguns perfis de obesos se devem a ansiedade e a uma voracidade descontrolada na hora de comer. Pela medicina Tradicional Chinesa, isso é conhecido como calor/fogo no estômago. Uma das causas é a alta ingestão de alimentos condimentados que, uma vez no organismo, geram uma queda do pH (aumento da acidez) gerando irritação da mucosa. Essa “queimação” alivia quando comemos, mas aqui está a incoerência e o X da questão. Essas pessoas ao optarem pela comida (que aliviaria essa queimação) insistem em escolher ou colocar condimentos fortes seguindo a “vontade do corpo em manter o mesmo pH". Isso deturpa e aumenta o apetite para as próximas refeições.
Logicamente isso não se desenvolve de uma refeição para outra, mas sim por anos de descuido. É o exemplo que costumo dar aos meus pacientes. Uma criança que cresce sob uma determinada dieta, não questiona e aceita aquilo como sendo o modelo de comida corriqueira, sendo saudável ou não.
Agora, juntando o equilíbrio homeostático com o conceito dos temperos, entendemos porque muitas pessoas não se sentem afáveis a seguir tais dietas.
Para dificultar mais um pouco, vou misturar os dois conceitos com a MTC para ilustrar a questão.

Na medicina Chinesa temos que Yin e Yang são opostos que se complementam assim como elementos de mesma características:

Yang / Calor / Secura
 
Yin / Frio / Umidade

Para simplificar o conceito (longe de querer definir com exatidão) vamos convencionar Calor = Temperos e Umidade = Gorduras.

A sensação de queimação (Calor) pode ser temporariamente aliviada quando se junta coisas frias e gorduras (Umidade).
No organismo o calor (patogênico) gera ansiedade, agitação, falta de concentração, inquietação, enquanto a Umidade gera sensação de peso, desânimo, preguiça. Essas combinações não são exatamente opostas, assim como Calor e Umidade não são exatos opostos, desta forma uma pessoa pode ser inquieta e agitada mentalmente mas fisicamente prostrada e preguiçosa.
É aqui que o equilíbrio homeostático atrapalha os “fazedores de dieta”.
Se uma pessoa diminui bruscamente a gordura (umidade) do seu organismo, o calor que ficava “ancorado” nela fica livre para exercer seu efeito de inquietação e ansiedade. Num processo lento, as pequenas porções de calor seriam eliminadas aos poucos pelo metabolismo. Isso explica o porquê do processo de emagrecimento ter de se dar lentamente para a obtenção de uma saúde duradoura e de boa qualidade.

Comentários

  1. mudanças drásticas de alimentação realmente são complicadas, necessitam de algo a mais como atividades físicas para "jogar o suor pra fora"

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  2. E com o suor, toda a acidez (calor) e as demais "porcarias" juntas, se não, não há mudança no hábito alimentar que aguente.

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